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Saiba o que acontece quando doi o dente do animal
Para usar termos relativos ao de um animal, pode-se dizer que a dor de dente também “ataca” a boca de felinos, primatas de megavertebrados, e que a preocupação com esse atendimento que até a pouco estava “engatinhando”, hoje já faz parte do currículo de algumas faculdades de veterinária, como a USP. Aos poucos os “pets” vão abrindo espaço para os profissionais da área com o objetivo de atender os domesticados,mas há décadas os zoológicos possuem departamentos técnicos para cuidar da dentição dos animais.
Para falar sobre o tema estivemos no zoológico de São Paulo, onde entrevistamos a medica veterinária, Dra. Sandra Helena Ramiro Corrêa, que atua na há 14 anos na Divisão de Veterinária da Fundação, mais pacificamente na equipe formado por outros três veterinários e dois residentes.
O elevado numero de pessoas que, a cada fim de semana, se encanta com os animais nem imagina a riqueza cientifica que existe nos “bastidores” do zoológico, e por certo não pensam que, como qualquer outro ser vivente, os animais também sofrem a dor de dente. Ali mora cerca de 3.700 animais, dos quais, aproximadamente, 1.200 são mamíferos o que dificulta, evidentemente, o atendimento em forma geral. Dessa forma, sempre que um animal adoece, aproveita-se, inclusive, a contenção química a ele destina, para que seus dentes sejam analisados. Basta uma unha encravada para que os técnicos aproveitem para ver a arcada dentária.
É interessante frisar que a equipe está sempre atenta para receber os sinais emitidos pelo animal. Se estiver inquieto, nervoso, tendo comportamento diferente, deixando de comer ou emagrecendo o quadro clinico pode sugerir algum problema dentário. A solução, então, é submeter o animal a um exame clinico para avaliação da cavidade oral. Paralelo a este trabalho existe projetos de pesquisa conduzidos por veterinários avaliando a incidência dos problemas dentários nos diferentes grupos de mamíferos da Fundação.
Dificuldade
O maior problema que a equipe enfrenta é a de instrumental apropriado no mercado. As industrias do setor deveriam produzir aparelhos com tamanhos superior e com bem mais resistência. Como não existe, o jeito é usar a criatividade e improvisar.
É preciso ter em mente que a anatomia animal é totalmente diferente do homem e que mesmo entre eles existe uma gana bastante grande de tipos. Só em carnívoros existem sete diferentes. Até os primatas, que assemelham mais ao homem, apresentam muitas particularidades, quando estudamos as diferentes espécies. Temos ainda a dentição dos carnívoros que é diferente dos roedores como a capivara, a paca e cotia. Isso sem contar os mega-vertebrados como os elefantes e as girafas.
Destaca-s ainda a experiência vivida dentro dos circos, onde os animais, como os elefantes são treinados para deixar que examinem as suas bocas. Ssa pratica vem sendo aplicada com os gorilas em nosso país, onde técnicas de condicionamento comportamental permitem até um exame indireto da cavidade oral,sem a necessidade de uma contenção química.
Diferença
Cada animal acaba recebendo em algumas situações, mais que uma contenção química. Um primeiro exame clinico e uma posterior intervenção odontológica. Mesmo em se tratando de animal pequeno porte é necessária a utilização de anestesia geral, já que todo animal fica agressivo quando sente dor. O procedimento pode levar de 40 minutos até seis, sete horas dependendo da dificuldade da intervenção.
Da mesma forma que a dentição do índio é mais sadia do que a do homem branco, o dente dos animais silvestres que vivem em vida livre, é bem melhor do que a dos animais que vivem em cativeiro. Os primeiros caçam e comem de forma misturada a carne, a pele, o osso e o pelo, já os segundos, apesar de receberem alimentação balanceada, as carnes vem todas limpas e separadas, isso pode provocar um exercício mastigatório menor e um possível acumulo de alimento o que pode acarretar problemas clínicos. Dessa forma o dente fica mais enfraquecido e propenso aos estragos que “civilização adiantada”tanto conhece. A adequação da dieta de forma mais próxima do que esse animal receberia em vida livre e de vital importância.
Estética
No caso dos animais a preocupação com a estética não é tão importante quanto a dada para a questão funcional e aspecto higiênico. Sabe-se de casos como a da colocação de próteses em grandes felinos onde a primeira investida do animal contra a grade, o dente resistiu, mas o maxilar quebrou. O procedimento deve levar em conta, sempre, as mordidas destes felinos são demais e toda prótese deve preservar a anatomia e a biologia do animal.
A literatura sobre casos de odontologia veterinária existem ainda é bem reduzida e quando encontrada é destinada basicamente ao animal domestico, por essa razão toda troca de experiência é bem recebida, e o intercambio de conhecimento com os cirurgiões dentistas é muito bem aceito, frisou nossa entrevistada.
Como informação final o registro de que esta sendo construído nesse zoológico um novo centro cirúrgico e que em breve será inaugurado, ampliando ainda mais as condições de atendimentos uma vez que estes ocorrem hoje no ambulatório da divisão de veterinária desta fundação e agora ganham mais qualidade na resolução dos problemas.